15 erros de gramática comuns para evitar na redação do Enem

Postado em 25 de jul de 2023
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Estudar para tirar uma boa nota na redação do Enem envolve acompanhar o noticiário, ler notícias relacionadas a eixos temáticos, escrever um texto dissertativo pelo menos uma vez por semana e... Dominar as regras gramaticais da Língua Portuguesa.

Pode parecer que saber a norma culta tem menos importância do que construir um amplo repertório sociocultural ou pensar em uma solução para a conclusão.

Mas seguir a gramática faz parte da estratégia de alcançar a tão sonhada nota 1000 na redação do Enem. Afinal, ela tem uma competência inteira dedicada a ela, que já garante 200 pontos ao candidato.

A seguir, você vai conhecer os erros gramaticais mais comuns que devem ser evitados na sua redação. Confira:

 

 

O que são erros de gramática?

A gramática é um sistema que regula a linguagem e estabelece padrões de escrita e fala para quem usa determinado idioma. Logo, um erro gramatical implica não seguir esse padrão, de forma não intencional. 

Os principais tipos de erros de gramática são:

  • Erros de ortografia;
  • Erros de pontuação;
  • Erros de acentuação gráfica;
  • Erros de sintaxe;
  • Erros de concordância;
  • Erros de regência;
  • Erros de colocação pronominal;
  • Erros de coesão e coerência textual.

O “não intencional” é importante, pois desrespeitar as normas de gramática pode ser usado como recurso literário em romances e poesias. Isso mostra como esse conjunto de regras é complexo e não deve ser reduzido a um amontoado de regras definidas por intelectuais.

Mais do que estabelecer padrões, a gramática deve ser capaz de preservar um idioma e ser útil para os falantes, considerando fatores sociais, culturais e históricos.

Isso não significa que podemos escrever uma palavra ou uma frase de qualquer jeito. As regras gramaticais são fundamentais para a fluidez do processo de comunicação, pois facilitam que uma pessoa entenda o que a outra está dizendo ou digitando. 

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Por que é importante evitar erros gramaticais na redação do Enem? 

O domínio da norma culta da Língua Portuguesa é avaliado na Competência 1 da redação do Enem. Essa competência orienta os corretores a avaliarem se o candidato conhece a grafia correta de palavras, o uso da pontuação, a separação silábica e o emprego de letras maiúsculas e minúsculas. Também é avaliada a forma como as frases do texto são construídas , o que é chamado de estrutura sintática.

De acordo com a Cartilha do Participante do Enem , a Competência 1 aponta como desvios da norma culta não respeitar as seguintes normas:

  • Convenções da escrita: acentuação, ortografia, uso de hífen, emprego de letras maiúsculas e minúsculas e separação silábica (translineação);
  • Gramaticais: regência verbal e nominal, concordância verbal e nominal, tempos e modos verbais, pontuação, paralelismo sintático, emprego de pronomes e crase;
  • Escolha de registro: adequação à modalidade escrita formal, isto é, ausência de uso de registro informal e/ou de marcas de oralidade;
  • Escolha vocabular: emprego de vocabulário preciso, o que significa que as palavras selecionadas são usadas em seu sentido correto e são apropriadas ao contexto em que aparecem.

Cometer esses desvios, o que inclui os erros gramaticais, leva à perda de pontuação. O candidato que demonstra domínio pleno da norma culta já tem garantido 200 dos 1000 pontos da redação do Enem, conforme os níveis de desempenho estabelecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC) responsável pela realização do Exame:

  • 200 pontos: demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizarem reincidência;
  • 160 pontos: demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita;
  • 120 pontos: demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e de convenções da escrita;
  • 80 pontos: demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, com muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita;
  • 40 pontos: demonstra domínio precário da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa, de forma sistemática, com diversificados e frequentes desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita;
  • 0 ponto: demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.

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Os 15 erros gramaticais mais comuns para você evitar

Com tanto conteúdo para estudar para o Enem, o indicado é se concentrar nos principais erros de gramática cometidos pelas pessoas ao escreverem um texto. Por isso adaptamos parte do Manual de Redação e Estilo do jornal O Estado de S. Paulo , que reúne os deslizes mais comuns.

1. “Houveram” muitos casos

O correto é “houve muitos casos”. O verbo haver é invariável quando tem o sentido de “existir”, “acontecer” ou “tempo decorrido. Por isso, ele sempre deve ser escrito na 3ª pessoa do singular, sem flexionar em número.

Exemplos:

  • Havia muitas pessoas no show.
  • Deve haver centenas de casos parecidos.

❗ATENÇÃO: “houveram” pode ser usado quando for um verbo auxiliar, flexionando de acordo com o sujeito. Mas esse tipo de uso é raro, pois o verbo se torna dispensável na frase.

Exemplos:

  • Houveram de acontecer fatos raros para que a situação mudasse.
  • Elas houveram de dormir cedo por causa da prova.
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2. “Fazem” dois anos

O correto é “faz dois anos”. O verbo “fazer” é impessoal quando exprime a noção de tempo.

Exemplos:

  • Fazia cinco anos que eu não via a minha amiga.
  • Faz mais de dois séculos que o Brasil se tornou independente de Portugal.

3. “Há” uma década “atrás”

Tanto o “há” quanto o “atrás” indicam passado, por isso usar os dois torna a frase redundante. Sempre opte por um ou outro.

Exemplos:

  •  uma década aconteceu o show daquele artista.
  • Uma década atrás aconteceu o show daquele artista.

4. Para “mim” fazer

O pronome “mim” não pode assumir a função do sujeito de uma frase. Por isso o correto é “para eu fazer”.

Para saber quando usar “para mim” ou “para eu”, é preciso identificar qual a função da expressão na oração:

  • “Para mim” tem função de objeto indireto.
  • “Para eu” tem função de sujeito.

Exemplos:

  • Estava com sede e fiz um suco para mim .
  • Fiz um suco para eu beber.
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5. Entre “eu” e você

Pronomes pessoais oblíquos (mim, ti, ele, nós, vós e eles) devem ser usados após preposições, assumindo a função de objeto indireto. Os pronomes pessoais retos, como o “eu”, só são usados depois da preposição para indicar ação.

Ou seja, o correto é “entre mim e você”.

6. "Mal cheiro” e “mau-humorado”

O correto é escrever “mau cheiro” e “mal-humorado". A dica para saber quando usar “mal” ou “mau” é pensar nos antônimos e trocar as palavras para ver se faz sentido:

  • "Mal" é o contrário de bem.
  • "Mau" é o contrário de bom.

Exemplos:

  • Estou vivendo maus momentos na minha vida ➡️ Estou vivendo bons momentos na minha vida
  • Passei mal depois de comer aquela coxinha ➡️ Passei bem depois de comer aquela coxinha
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7. “Porque” ele fez isso?

O correto é “por que ele fez isso?”. É comum a confusão entre os 4 tipos de porquês que existem na Língua Portuguesa, por isso é importante conhecer a regra para usar cada um deles:

  • Por que: usado no início de frases interrogativas diretas e indiretas e quando houver o sentido de razão, motivo ou causa.
  • Porque: usado em respostas para dar uma explicação ou justificativa/causa. Pode ser substituído por palavras e expressões como “pois”, “para que” e “uma vez que”.
  • Por quê: usado ao final das perguntas ou de maneira isolada, sempre acompanhado por um ponto, seja final, exclamativo ou interrogativo. Pode ser substituído por “por qual motivo” ou “por qual razão”.
  • Porquê: usado quando houver valor de substantivo na frase, tendo significado de “motivo” ou “razão”. Ele aparece nas frases precedido de artigo, pronome, adjetivo ou numeral.

Exemplos:

  • Queria saber por que você me deixou esperando horas em frente ao cinema.
  • Leve um casaco quente porque lá costuma fazer muito frio.
  • Ele não foi à sua casa por quê ?
  • Por favor, me explique o porquê de isto estar acontecendo.

8. Queria ficar, “mais” viajo amanhã

Na frase, o certo seria “queria ficar, mas viajo amanhã”. O conectivo “mas” dá o sentido de oposição a uma ideia, enquanto o advérbio “mais” se refere à noção de intensidade, quantidade ou adição.

Exemplos:

  • Coloquei mais água no feijão.
  • Queria estudar Medicina, mas não atingi a nota de corte.
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9. Banco “de traz” do carro

Apesar de terem um som parecido, “trás” e “traz” são de categorias completamente diferentes. O primeiro é um advérbio de lugar que indica uma situação contrária, de frente ou posterior. O segundo é um verbo (“trazer”) que remete à ideia de levar algo para perto de quem fala.

Então, o correto seria “banco de trás do carro”.

Exemplos:

  • Traz aquele pão fresquinho da panificadora?
  • O gato não quer sair de trás do sofá.

10. Eles “tem” até amanhã para entregar o trabalho

Esse é um exemplo de erro de concordância verbal: o correto é “eles têm até amanhã para entregar o trabalho”.

“Tem” e “têm” são conjugações do verbo “ter”, mas para sujeitos diferentes. O primeiro se refere à 3ª pessoa do singular, enquanto o segundo à 3ª pessoa do plural.

Exemplos:

  • Ele tem um par de sapatos para cada dia da semana.
  • Eles têm vontade de tomar café pela manhã.

11. Elas “vem” a lua

O certo seria “elas veem a lua”. “Vem” e “veem” são dois verbos diferentes:

  • “Vem” é a conjugação do verbo “vir”.
  • “Veem” é a conjugação do verbo “ver”.

Exemplos:

  • Quando ele vem para casa, sente-se mais à vontade.
  • Eles veem o pôr-do-sol daqui.

12. Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos

Forma conjugada do verbo “haver”, o “há” faz referência ao passado e equivale ao uso do verbo “faz”. Já o “a” indica distância ou tempo futuro e NÃO deve ser substituído por “faz”.

Assim, o jeito correto de escrever a frase é “chegou há duas horas e partirá daqui a cinco minutos”. Confira outros exemplos:

  • O atirador estava a menos de dois metros de distância.
  • Minha irmã saiu de casa  menos de duas semanas.

13. À medida "em" que o vírus se espalhava

“À medida que” e “à medida em que” existem, porém seu uso varia de acordo com o sentido da frase:

  • "À medida que" tem o sentido de à proporção que, ou seja, de quantidade.
  • "À medida em que" indica causa. Pode ser substituído por “uma vez que”, “visto que” ou “tendo em vista”.

Exemplos:

  • À medida que o poder de compra diminui, as famílias reduzem o consumo de alimentos de qualidade.
  • É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.

14. Antes de entrar no elevador, verifique se "o mesmo" se encontra no andar

“Mesmo” não deve ser usado no lugar de um pronome ou substantivo. O certo seria escrever “antes de entrar no elevador, verifique se ele se encontra no andar”.

A palavra tem diferentes funções, dependendo do sentido da frase:

  • Pronome demonstrativo: usado para reforçar uma ideia com o sentido de “próprio”. Varia em gênero e número, de acordo com o pronome ou substantivo a que se refere.
  • Advérbio: sentido de “até”, “de fato”, “realmente” ou “justamente”. É invariável.
  • Substantivo: refere-se a algo igual, semelhante.
  • Palavra expletiva: usado para reforçar advérbios de tempo e lugar.
  • Locuções concessivas: usado como uma forma de negação em uma frase, mas sem anular completamente a oração principal.

Exemplos:

  • Antigamente, as mães mesmas que educavam os filhos em casa.
  • A polícia concluiu que as provas haviam sido mesmo fraudadas.
  • A teimosia do meu irmão é tanta que falar com ele é o mesmo que conversar com uma parede.
  • O governo garantiu que hoje mesmo será anunciado o reajuste do salário mínimo.
  • Mesmo que estivesse cansado, o estudante conseguiria escrever uma redação.

15. A promoção veio "de encontro aos" seus desejos

O uso de “de encontro ao” ou “ao encontro de” vai depender do sentido que se quer dar à frase:

  • "Ao encontro de" expressa uma situação favorável.
  • "De encontro a" expressa uma condição contrária.

Exemplos:

  • A promoção veio ao encontro de seus desejos.
  • O reajuste salarial foi de encontro à expectativa do sindicato.

Como escolher uma faculdade EAD

 

Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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