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Dicas de português: saiba como e quando usar hífen

Por EAD URI   | 

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Você já parou para pensar em como a língua portuguesa adora nos pregar peças ao longo da vida? São tantas regras e mudanças que muitas vezes ficamos confusos sobre qual a maneira correta de utilizá-las. E uma das normas que mais sofreram alterações ao longo da nossa evolução foi a regra do hífen. Você sabe quando e como usar o hífen no português?

Dominar as principais regras da língua portuguesa é fundamental para conquistar uma boa nota na redação do Enem ou mesmo de outros métodos e conquistar uma vaga na graduação desejada. O texto dissertativo tem um peso muito grande para a nota final do vestibular, por isso é preciso se atentar às normas corretas.

Há diversas dicas para você implementar o hífen na escrita do dia a dia de maneira correta (já viu que dia a dia não tem hífen? Anota aí!). Além de entender as regras principais deste sinal em forma de um pequeno traço horizontal (-), é fundamental que você adquira o hábito da leitura e da escrita para entendê-lo na prática. Quanto mais você praticar, melhor!

Pensando nisso, criamos um passo a passo para você aprimorar sua habilidade de escrita e tirar, de vez, todas as dúvidas sobre quando usar o sinal do hífen.

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O que é e quando usar o hífen?

Esse tracinho pequenininho parece inofensivo, mas costuma gerar várias dúvidas na cabeça dos estudantes e mesmo de quem já está no mercado de trabalho.

E atenção! Cuidado para não confundir hífen, travessão e meia-risca: o travessão (—) é um sinal de pontuação mais longo do que o hífen (-). E entre eles está a meia-risca (–). Todos têm utilizações diferente, mas vamos nos atentar ao hífen, que é o que nos interessa agora.

O hífen é um sinal gráfico que tem como (principal) função unir os elementos que formam uma palavra composta, além de ligar os pronomes átonos aos verbos.

Você também encontrará o hífen em situações de separação de sílabas, quando, por exemplo, precisamos separar parte da palavra para a próxima linha durante a escrita de um texto. Já viu que o sinal não serve apenas para uma situação, certo? Portanto, anote aí as principais funções do hífen na língua portuguesa:

  • unir palavras compostas;
  • juntar pronomes oblíquos e algumas formas verbais representadas por mesóclise e ênclise;
  • separar as sílabas de um dado vocábulo;
  • ligar algumas palavras precedidas de prefixos.

As regras de utilização do hífen sofreram mudanças após a implementação do Novo Acordo Ortográfico, que entrou em vigência a partir de 2009. O sinal gráfico foi uma das normas que mais sofreram alterações, confundindo a cabeça de muitos brasileiros. A seguir, você entenderá melhor tudo isso.

O que foi o Novo Acordo Ortográfico?

A Nova Reforma Ortográfica surgiu da intenção de unificar a ortografia da língua portuguesa entre os países da da CLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) que a utilizam – é o caso de Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste.

As novas regras passaram a ser exigidas de forma obrigatória a partir de 2009, e o hífen foi um dos elementos do português que mais sofreram com as mudanças do Novo Acordo.

Uma das regras mais fáceis de decorar é a de que o hífen será utilizado para palavras que terminam e começam com letras iguais, isso é: quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra iniciar com a mesma.

É o caso de anti-inflamatório e micro-ondas, por exemplo. Mas cuidado, porque a utilização do hífen tem diversas exceções, e é delas que vamos falar em sequência.

Vogal? Consoante? Prefixo? Sufixo?

Antes de você entrar nas regras e exemplos propriamente ditas, é preciso entender os termos que aparecem com frequência nos manuais de utilização do hífen. Você sabe o que eles significam?

As vogais – A, E, I, O, U e as consoantes – o restante dos fonemas da língua nos são apresentadas logo nos primeiros anos de aprendizado na escola, e são nada mais nada menos que as letras que utilizamos para formar palavras.

Mas você sabe diferenciar os prefixos de sufixos? Eles são considerados morfemas da língua portuguesa, utilizados com radicais de palavras para formar uma nova palavra que passa a ter um novo significado. No caso do prefixo, vem antes: ex-aluno (prefixo: ex); pré-vestibular (prefixo: pré).

no caso do sufixo, que vem depois, exemplos como grandão (sufixo: ão) e velhote (sufixo: ote) não fazem parte das regras do hífen. As regras de utilização do hífen com o sufixo serão utilizadas mais frequentemente para palavras de origem tupi-guarani açu, guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

anotacao caderno

Quais as regras para aprender quando usar o hífen?

Chegou a hora de destrincharmos as principais normas de utilização deste tão simpático sinal gráfico (-). Em geral, é importante lembrar que o hífen será utilizado quando letras iguais se encontrarem (anti-inflamatório), enquanto letras diferentes perdem o sinal (antioxidante).

Ficou confuso? Não se preocupe, porque, assim como as demais regras da língua portuguesa, tudo se aprende com prática e alguns macetes. Preparamos 10 regras para você se atentar na próxima vez que estiver em dúvida sobre utilizar ou não o hífen. Confira a seguir.

1)   Prefixo terminado com a mesma letra com que se inicia a segunda palavra

Com essa dica, você já mata boa parte do caminho, afinal é uma das mais utilizadas na escrita do hífen. Ele será utilizado toda vez que o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar com a mesma vogal. Esta é, também, uma das regras impostas pelo Novo Acordo Ortográfico. Vamos aos exemplos:

Como era

Como ficou

Antiinflamatório

Anti-inflamatório

Microondas

Micro-ondas

 

Microorganismo

Micro-organismo

Autoobservação

Auto-observação

 

Contraataque

Contra-ataque

 

 

Atenção: tal regra não se aplica aos prefixos “-co”, “-pro”, “-re”, mesmo que a segunda palavra comece com a mesma vogal que termina o prefixo. Exemplo:

Coobrigar

Coadquirido

Coordenar

Reedita

Proótico

Proinsulina

2)   Hiper-, inter-, super- + segunda palavra iniciada com “h” ou “r”

Quando você se deparar com uma palavra com esses prefixos, saiba que eles levarão hífen se a palavra seguinte forem iniciadas com as letras h ou r. Se liga nos exemplos:

Hiper-raivoso

Inter-humano

Super-herói

Inter-racial

Hiper-realista

3)   Segunda palavra começando com “h”

A letra “H” é sem personalidade, digamos assim, porque não há um som próprio para ela. Em “Helena”, por exemplo, o som do H é nulo. . Portanto, não deve aparecer encostado em prefixos:

Pré-história

Anti-higiênico

Sub-hepático

Super-homem

Anti-histamínico

Pan-hispânico

4)   Prefixos ex-, vice-, além-, aquém-, recém- e sem-

Essa é outra regrinha fácil de decorar, porque são termos que encontramos com facilidade em textos do dia a dia. Toda vez que você se deparar com as palavras ex ou vice, saiba que elas levam hífen! Da mesma forma com os outros prefixos citados. Vamos aos exemplos:

Ex-presidente

Vice-governador

Além-mar

Aquém-fronteira

Recém-formado

Sem-vergonha

  • Prefixos pós-, pré- e pró-

Repare que aqui estamos falando dos prefixos que levam acento agudo e são falados com o som mais aberto. Portanto, ao encontrar uma palavra com o início acentuado, pode ter certeza de que ela levará hífen. É os casos de:

Pós-férias

Pré-vestibular

Pró-governo

Pós-graduação

Pré-escola

Pró-europeu

Atenção: se pro e pre tiverem o som fechado e sem acento, eles não serão hifenizados. É o caso de preencher, proeminente, propor, predeterminar etc.

6)   Entre palavras iguais ou quase iguais

Essa também é uma regrinha que confunde por suas exceções. Neste caso, o hífen será utilizado por todas as palavras compostas que possuem termos de ligação iguais – ou quase isso. E as chamadas palavras onomatopaicas também requerem o uso do hífen, ficando assim:

Blá-blá-blá

Lenga-lenga

Tique-taque

Cri-cri

Pingue-pongue

Esconde-esconde

7)   Prefixos circum e pan + segunda palavra iniciando com vogal, m, n ou h

Neste caso dos prefixos circum e pan, o hífen deverá ser empregado quando a segunda palavra começar com as letras m e n, além de h ou vogal. Essa é mais uma das regras que sofreram alteração com a atualização do Novo Acordo Ortográfico.

Circum-ambiência

Circum-navegação

Pan-americano

Pan-africano

Circum-hospitalar

8)   Prefixo “Sub”

Após o Novo Acordo Ortográfico, o prefixo sub-, quando para indicar o significado de algo “inferior” ou “abaixo” passou a ser separado do segundo elemento por hífen somente nos casos em que este inicia por b, h ou r. Confira alguns exemplos:

Sub-reitor

Sub-bloco

Sub-humano

Sub-região

Atenção: já para o restante dos casos, a palavra perde o hífen, como nos casos de subdiretor, subafluente, subinspetor.

9)   Mal + vogal ou “H” e “L”

Além de saber diferenciar Mal com L de Mau com U, você deve se atentar à forma correta de utilização do hífen nessas sentenças. Sempre haverá hífen quando a palavra mal for precedida de outra palavra que comece com vogal, h ou l. Exemplos:

Mal-agradecido

Mal-humorado

Mal-estar

Mal-lavado

Atenção: nos demais casos que não seguirem esse critério, o hífen não é utilizado. É o caso de malcriado, malfeito, maltratado.

E não esqueça da regrinha básica: MAU = BOM / MAL = BEM.

10) Sufixos de origem tupi-guarani

Como já mencionado anteriormente, os sufixos de origem tupi-guarani serão sempre utilizados com hífen. Portanto, toda vez que escrever sobre alguma dessas culturas, atente-se aos exemplos a seguir:

Anajá-mirim

Ceará-mirim

Capim-açu

Andá-açu

Amoré-guaçu

E quando não usar o hífen?

Agora que você já sabe em quais contextos o sinal gráfico será mais utilizado, ficou mais fácil para compreender quando NÃO utilizar o hífen. Separamos alguns exemplos clássicos para você nunca mais esquecer, sendo que alguns já falamos anteriormente. Leia tudo para fixar:

  • Entre vogais e consoantes diferentes (há exceções): autoescola, autoajuda, semiaberto, contraindicação, extraoficial;
  • Com co-, re- e pre-: cooperar, reescrever, preestabelecer;
  • Mal + consoante (exceto h): malvisto, malfeito, malsucedido;
  • Prefixo terminado em vogal e segunda palavra iniciando com “r” ou “s”: antirreligioso, minissaia, ultrassecreto, ultrassom;
  • Locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas: fim de semana, café com leite, sala de jantar;
  • Palavras formadas com o advérbio “não”: não governamental, não fumante, não agressão;
  • Palavras compostas por elementos de conexão: dia a dia, frente a frente, cara a cara, mão de obra, passo a passo.

Alguns outros casos diferentes das regras

Apesar de algumas alterações impostas pelo Novo Acordo Ortográfico, o sinal gráfico do hífen mantém boa parte das suas normas intactas e sem muitas mudanças. Além das 10 regras que apresentamos, existem alguns macetes que continuam os mesmos.

  • Substantivos compostos que perderam sua significação individual: guarda-chuva, segunda-feira, conta-gotas, arco-íris, primeiro-ministro;
  • Mantém o hífen para espécies botânicas e zoológicas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, erva-doce, cheiro-verde;
  • Nos encadeamentos de vocábulos: ponte Rio-Niterói, percurso Lisboa-Coimbra-Porto;
  • Nas combinações históricas ou ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Alsácia-Lorena, etc.
  • Expressões já consagradas pelo uso: cor-de-rosa, queima-roupa, pé-de-meia.

Macetes finais para aprender quando usar hífen

Ufa! São várias regrinhas, não é mesmo? Decorar todas elas pode parecer confuso ou até mesmo cansativo para quem está estudando.

As dicas que compartilhamos ajudarão você a se lembrar quando e como o hífen deve ser utilizado. Mas alguns casos são bem difíceis de avaliar, como aquele em que as palavras perderam a noção de composição, porque, afinal, como saber se a palavra perdeu o sentido?

Se você estiver redigindo um texto ou estudando de casa, o Google sempre será o melhor amigo para essas horas. Existem também diversas imagens e tabelas disponibilizadas online para você estudar as regras do hífen de forma objetiva e prática.

Mas e durante uma prova? Neste caso, você pode utilizar o macete de substituir a palavra por outra com significado semelhante, mas que não seja composta.

Não esqueça que a prática é amiga da perfeição, portanto quanto mais você treinar o seu português por meio da leitura, da escrita e dos exercícios, melhor serão os seus textos.

E qual a melhor maneira de treinar o uso do hífen? Comece imprimindo alguns exercícios disponibilizados online, além de provas antigas de vestibulares do seu interesse para entender como funcionam as questões de língua portuguesa.

Dessa forma, você estuda e já vai se acostumando com o formato das lições. Procure por acervos digitais de cadernos de provas e gabaritos que podem ser acessados e baixados.

As regras da língua portuguesa podem ser mais simples do que você imagina e são ferramentas muito importantes para a nota final do Enem ou de outros processos seletivos que você decidir prestar.

Agora que você já conhece as principais regras de utilização do hífen, que tal se preparar ainda mais para o vestibular? Você sabe qual a pontuação ideal para conseguir uma vaga pelo Enem? Preparamos um texto especial sobre isso, saiba mais: Pontuação do Enem: quanto você precisa alcançar para entrar na faculdade.