Classificação verbal: o que você precisa saber para se dar bem no Enem

Postado em 6 de set de 2021
Loading...

Você sabia que existem catorze categorias em que podemos classificar os verbos? 

Isso se chama classificação verbal, e acontece porque os verbos são a classe de palavras mais abrangente que existe na língua portuguesa. 

Saber o que é e como funciona a classificação verbal não ajuda apenas a responder as questões que envolvem gramática no Enem, mas também auxiliam a ir melhor na redação. 

Quer descobrir como? Continue lendo este artigo! 

Você vai conferir:

 

Por que é importante conhecer a classificação verbal  

Há algum tempo, as questões do Enem vêm se transformando um pouco. 

Elas estão deixando de cobrar conteúdos e conceitos para utilizar esses conteúdos e conceitos como contexto. 

Ou seja, em vez de perguntar qual é a classificação de um verbo, possivelmente a questão partirá da classificação verbal para fazer uma pergunta. 

E isso significa que você precisa entender o que é a classificação verbal para poder responder corretamente. Logo, este é um assunto que você precisa dominar. 

Mas para além disso, a classificação verbal também é um assunto importante de se ter em mente no momento de escrever a redação.

Descubra quantos cursos de graduação existem no Brasil!

O que são as competências da redação? 

A redação do Enem é corrigida por uma banca avaliadora formada por especialistas que não conversam entre si. 

Cada redação passa por dois desses avaliadores, que levam em conta cinco competências para corrigir o seu texto e atribuir uma nota. 

As competências foram estabelecidas na Matriz de Referência do Enem e ajudam os avaliadores a entender o nível de desempenho do candidato em cada aspecto da redação. 

Cada uma delas vale 200 pontos. Ou seja, se o candidato atender exatamente o que é avaliado pelas competências, ele pode ter uma redação nota 1000. 

Confira quais são as competências: 

  • Competência 1: Domínio da escrita formal da língua portuguesa 
  • Competência 2: Compreender o tema e não fugir do que é proposto 
  • Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista 
  • Competência 4: Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação 
  • Competência 5: Respeito aos direitos humanos 

A classificação verbal é um assunto avaliado pela competência 1. 

Esta primeira competência avalia se a redação do participante está adequada às regras de ortografia, como acentuação, uso de hífen, letras maiúsculas e minúsculas e separação silábica.  

É a partir dessa competência também que se avalia a regência verbal e nominal, concordância verbal e nominal, pontuação, paralelismo, emprego de pronomes e crase. 

Por isso, entender a estruturação dos verbos e como eles se classificam pode ajudar a atingir um nível maior de desempenho na competência 1.

🔵Leia também: O que zera a redação do Enem?

O que são os verbos? 

Antes de falarmos sobre a classificação verbal em si, precisamos entender o que é um verbo e como funciona sua estruturação quando flexionado. 

Os verbos pertencem à classe gramatical responsável por expressar ações, estados, desejos, acontecimentos e até fenômenos naturais. 

Ou seja, com um verbo, você consegue transmitir o que está sentindo e o que está testemunhando, por exemplo. Por isso, eles são fundamentais para a comunicação. 

E para fazer isso, os verbos precisam se flexionar. Isso significa que eles mudam sua estrutura de acordo com tempo, modo, número e pessoa. 

A estrutura verbal 

Um verbo é formado por três partes: o radical, a vogal temática e as desinências. 

O radical é a identidade do verbo, o pedacinho da palavra que dá sentido ao todo. Por exemplo, no verbo CONTRIBUIR, o radical é CONTRIBU-. 

O radical, então, é aquilo que vem no início do verbo, antes da vogal temática e das desinências. 

Já a Vogal temática é a letra que une o radical e as desinências. Na língua portuguesa, temos três vogais temáticas, as letras a, e e i. 

E verbos que contém cada uma dessas vogais temáticas são chamados, respectivamente, de primeira conjugação, segunda conjugação e terceira conjugação. 

Veja alguns exemplos: 

  • Primeira conjugação - verbos com vogal temática a: cantar, tocar e gritar. 
  • Segunda conjugação - verbos com vogal temática e: correr, tecer e gemer. 
  • Terceira conjugação - verbos com vogal temática i: partir, engolir e contribuir. 

A união do radical com a vogal temática é conhecida como tema. 

Por fim, a última parte da estrutura do verbo são as desinências, elementos que, quando acrescentados ao tema, indicam a flexão do verbo. 

Vamos usar o verbo CONTRIBUIREMOS como exemplo. Vimos, quando falamos sobre radical, que o radical deste verbo é CONTRIBU-. 

Pelos exemplos de vogal temática, percebemos que este é um verbo de terceira conjugação, ou seja, tem vogal temática i. 

Agora, precisamos entender o que dizem as desinências dele: RE e MOS. 

  • RE = indica o tempo (futuro do presente) e o modo do verbo (indicativo) 
  • MOS = indica a pessoa (primeira do plural, nós) 

Assim sendo, a flexão do verbo, ou seja, a mudança que ele sofre para se adequar à concordância verbal, acontece nas desinências.

🔵Leia também: Os assuntos de português que mais caem no Enem

Como funciona a classificação Verbal 

A classificação verbal, então, acontece de acordo com a flexão do verbo. A flexão, por sua vez, pode acontecer de acordo com: 

  • Número: singular e plural. 
  • Pessoa: primeira, segunda e terceira. 
  • Modo: indicativo, subjuntivo e imperativo. 
  • Tempo: presente, pretérito e futuro. 
  • Voz: ativa, passiva e reflexiva. 
  • Aspecto: perfectivo, imperfectivo, inceptivo, cursivo, terminativo, pontual, durativo, contínuo e descontínuo.

🔵Leia também: Como calcular a nota do Enem: um guia prático para saber sua média

Os 14 tipos de verbos  

A partir disso, podemos classificar os verbos em catorze tipos: regulares, irregulares, defectivos, anômalos, impessoais, unipessoais, principais, auxiliares, de ligação, significativos, transitivos, intransitivos e pronominais. 

1. Verbos regulares 

Os verbos regulares são aqueles que não sofrem alterações no radical e nas terminações quando flexionado, eles se encaixam nos modelos fixos de conjugação. 

Exemplos são os verbos: andar e amar. 

  • Eu ando, tu andas, ele anda, nós andamos, vós andais, eles andam. 
  • Eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam. 

2. Verbos irregulares 

Diferentes dos verbos regulares, os verbos irregulares não se encaixam nos modelos fixos de conjugação e podem ter alterações nos radicais e terminações quando flexionado. 

Por exemplo, os verbos medir e fazer. 

  • Eu meço, tu medes, ele mede, nós medimos, vós medis, eles medem. 
  • Eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos, vós fazeis, eles fazem. 

3. Verbos defectivos 

Os verbos defectivos são aqueles que não apresentam conjugação completa. Ou seja, eles podem ser conjugados em algumas pessoas verbais, mas não em todas. 

Dois exemplos são os verbos reaver (que só tem conjugações na primeira e segunda pessoas do plural - nós reavemos e vós reaveis) e demolir (que apenas não possui conjugação na primeira pessoa do singular). 

4. Verbos abundantes 

Estes são verbos que possuem duas formas, uma regular e uma irregular, equivalentes ao particípio. 

Bons exemplos são os verbos imprimir (imprimido e impresso) e entregar (entregue e entregado). 

5. Verbos anômalos 

Os verbos anômalos são aqueles que apresentam radicais diferentes quando flexionados. Dois bons exemplos são os verbos ser e ir. 

  • Eu sou, eu fui, eu era. 
  • Eu vou, eu fui, eu irei. 

6. Verbos impessoais 

Estes são verbos que não apresentam sujeito e são sempre conjugados na terceira pessoa do singular. São muito utilizados em caso de fenômenos naturais e tempo. 

Por exemplo: haver e chover. 

  • Havia uma mulher esperando no hall. 
  • Faz dias que chove durante a noite. 

7. Verbos unipessoais 

Por sua vez, os verbos unipessoais apresentam sujeito, porém são normalmente mais utilizados na terceira pessoa do singular e na terceira pessoa do plural. 

Isso porque são associados às vozes de animais ou se relacionam com o sujeito a partir de uma oração. Por exemplo: 

  • Os cães latiram a noite inteira. 
  • Custa ir trabalhar depois do fim de semana. 

8. Verbos principais 

Os verbos principais são aqueles que, mesmo sozinhos, já passam a ideia total de uma ação. Alguns exemplos são: dançar, cantar, sorrir e comer. 

  • Dancei. Cantei. Sorri. Comi. 

9. Verbos auxiliares 

Estes são verbos utilizados juntamente às formas nominais de um verbo principal para indicar modo, tempo, número e pessoa da ação. 

Por exemplo, os verbos estar e ter. 

  • Eu estava dançando quando ela chamou. 
  • Ele tinha que chegar no horário. 

10. Verbos de ligação 

Os verbos de ligação são aqueles que conectam um sujeito a uma característica ou indicam um estado. Eles não indicam uma ação. 

São chamados também de verbos copulativos ou não nocionais. Bons exemplos são os verbos ser e andar (no sentido de exprimir um estado). 

  • Ela é estudiosa. 
  • Ele andava cabisbaixo.  

11. Verbos significativos 

Ao contrário dos verbos de ligação, os verbos significativos são o centro do predicado verbal e eles indicam ação. 

Exemplos podem ser os verbos morrer e cortar. 

  • Ela morreu. 
  • Ele cortou os fios. 

Dentro dos verbos significativos, existe outra classificação. Eles podem ser transitivos ou intransitivos. 

12. Verbos intransitivos

Os verbos intransitivos são aqueles que não precisam de complemento para passar uma ideia de ação completa. 

O verbo morrer, como no exemplo acima, é intransitivo porque ele mostra uma ação sem precisarmos indicar mais nada para o receptor entender a mensagem. 

13. Verbos transitivos

Já os verbos transitivos são aqueles que precisam de complemento para que o receptor entenda a mensagem em totalidade. 

Eles também possuem classificações, podem ser transitivos diretos e transitivos indiretos. 

  • Transitivo direto: precisa de um complemento sem preposição (objeto direto). Um exemplo pode ser a frase “Ela leu o livro durante a tarde”. 
  • Transitivo indireto: precisa de um complemento com preposição (objeto indireto). Por exemplo, a frase “Ele precisava de ajuda”. 

14. Verbos pronominais 

Por fim, os verbos pronominais são aqueles conjugados com pronomes oblíquos átonos (me, se, te, nos, vos). Eles também podem ser classificados em dois: acidentais e essenciais. 

  • Pronominais acidentais: são aqueles cujo radical não transmite a ideia de reflexibilidade, ou seja, quando a ação não recai sobre o sujeito. Exemplos podem ser "pentear / pentear-se" e “sentar / sentar-se". 
  • Pronominais essenciais: são aqueles cujo radical já indica a ideia de reflexibilidade, quando a ação sempre recai sobre o sujeito. Por exemplo: “eu me senti triste” e “ela se arrependeu do que fez”. 

Como escolher uma faculdade EAD

Mariana Bortoletti

Por Mariana Bortoletti

Gostou deste conteúdo? Compartilhe com seus amigos!

                 
Mercadóloga, jornalista e especialista em escrita criativa.